21 outubro 2015

Lá Vem Resenha: Incendeia-me

Incendeia-meAutor(a): Tahereh Mafi

Páginas: 384

Editora: Novo Conceito

Classificação: 4/5

Sinopse:  O destino do Ponto Ômega é desconhecido. Todas as pessoas com quem Juliette se importa podem estar mortas. Talvez a guerra tenha chegado ao fim antes mesmo de ter começado. Juliette foi a única que restou no caminho d O Restabelecimento. E sabe que, se ela sobreviver, O
Restabelecimento não sobreviverá.

Entretanto, para destruir O Restabelecimento e o homem que quase a matou, Juliette vai precisar da ajuda de alguém em quem nunca pensou que pudesse confiar: Warner. Enquanto eles lutam juntos para combater o inimigo, Juliette descobre que tudo que ela pensava saber sobre seu poder, sobre Warner e até mesmo Adam era uma mentira.


Cuidado, pode haver spoilers dos livros anteriores!!!


"Não tenho mais medo do medo, e não vou deixá-lo mandar em mim. O medo vai aprender a me temer."

Quando você acompanha uma saga, você tem em mente que no último livro haverá um desfecho onde tudo irá se resolver. Mas também imagina, que ao menos os personagens você já conheça bem o suficiente para saber como cada um vai terminar. Ou pelo menos, para quem torcer. Incendeia-me vem para provar que nesse tipo de história, a gente não sabe de nada até que apareça o "Fim" no final do livro.



"Meus olhos estão se enchendo depressa com lágrimas e
eu pisco e pisco, mas o mundo está uma bagunça e eu quero rir porque tudo em que consigo pensar é em como é horrível e lindo, que nossos olhos embaçam a verdade quando não aguentamos ver."

Sim amores, esse livro não só surpreendeu, como decepcionou, emocionou, resolveu e deixou tudo em aberto. Tudo ao mesmo tempo! Estive confusa até o fim da história, e na verdade, se me perguntar agora, ainda não sei o que achei desse fim.



"Eu não esqueci meus amigos ou minha convicção renovada, minha determinação em fazer as coisas de um modo diferente. Em fazer a diferença. Em lutar de verdade desta vez, sem hesitação. Não importa o que aconteça — e não importa o que eu descubra —, não há mais volta para mim. Não há alternativas."

Como bem diz a sinopse, aparentemente o ponto Ômega foi destruído, e seu destino é incerto. Juliette acredita que todos os que ama morreram, e está em território inimigo, já que acorda no quarto de Warner. Mas rapidamente, as coisas começam a se revelar totalmente diferentes do que pareciam ser.


"Porém, apesar do fato de que iremos conhecer o depois e de que já conhecemos o antes, nunca conheceremos o presente. Este momento e o próximo e mesmo o que teria sido imediatamente agora se foram, já se passaram, e tudo o que nos resta são estes corpos cansados, a única prova de que atravessamos o tempo e sobrevivemos a ele."

Warner sempre foi o grande vilão da história. No início eu o odiei, no segundo livro eu me apaixonei por ele, e no último, não sei o que senti com relação a ele. Mas com certeza, ele deixou de ser meu personagem favorito. Como sempre, fui do contra. Quando todos o odiavam, eu morria de amores por ele. Foi só ele se tornar o "mocinho" da história e cair nas graças do povo, que eu comecei a detestá-lo novamente... Vai entender?!


"Nunca aleguei que sou correto, bom, nem justifiquei minhas atitudes. A verdade simples é que não me importo. Eu fui forçado a fazer coisas terríveis na vida, amor, e não estou buscando nem o seu perdão nem a sua aprovação. Porque eu não tenho o luxo de filosofar sobre escrúpulos quando estou sendo forçado a agir movido por instintos básicos todos os dias."

O livro nos traz a mesma Juliette de sempre. Mas como eu disse, as coisas mudam... Ela começa novamente indecisa sobre seus sentimentos com relação aos irmãos Warner e Adam. E ainda parece a mesma de sempre. Meio boba, inocente e indecisa sobre tudo! Warner voltou a ser o mesmo irritante de sempre, só que dessa vez, de forma super protetora, o que deixou tudo ainda pior. 

Mas logo no início ele revela algumas coisas que farão o mundo de Juliette virar ainda mais de cabeça para baixo. Se Warner não é a pessoa horrível que ela imagina, então quem ele é? E porque ele fez tudo o que fez? Suas revelações são surpreendentes, e no fim, ele não é tão vilão assim.


"E, se insistir em continuar a fazer suposições quanto ao meu caráter, dou apenas este conselho: presuma que sempre vai estar errada."

É gente, a máscara de muita gente caiu nesse livro! São tantas as revelações, que não dá tempo de se recuperar. Em compensação, não há mais o Warner vilão! Isso partiu meu coração... sei que deveria torcer para ele não ser o vilão. Mas como? Ele era um vilão perfeito!E não sei se gosto dele e da Juliette juntos...Ciúmes? É claro que não! Quem falou em ciúmes aqui? kkkk

A minha reconexão com os personagens demorou a acontecer devido a minha demora em retornar a leitura da série, mas quando peguei o ritmo, lá estava eu embasbacada por eles de novo. Reencontrá-los foi único, e comecei o livro sem estar mais zangada com o Adam. Embora isso tenha durado só algumas poucas páginas.

Começar o livro tendo a mesma indecisão de sempre por parte da Juliette foi super agoniante. Mas nada me preparou para o reencontro dela com o Adam. O que foi aquilo gente? Meu coração já estava abalado, mas depois do que ele fez... FOI O FIM!!! 


"Às vezes, eu acho que você vive em algum tipo de terra da fantasia onde todos sobrevivem do otimismo... Mas não funciona assim aqui fora. Neste mundo, ou você está vivo, prestes a morrer, ou morto. Não há romance nisso. Nenhuma ilusão. Então não tente fingir que você tem alguma ideia do que significa estar vivo hoje. Neste instante. Porque não sabe.
Palavras, eu penso, são criaturas muito imprevisíveis."

Acho que sofri de um caso sério de abruptologia. Percebi que o Adam não era quem eu esperava em Liberta-me, depois de descobrir que ele não era totalmente sincero com a Ju, já Viramos amigas íntimas viram? kkk Mas também, depois de tanto tempo lendo os pensamentos indecisos dessa menina, mereço ao menos essa intimidade né? kkk confirmei em Fragmenta-me, onde vendo as coisas pelo ponto de vista dele, não o reconheci. Da Ju já esperava o amadurecimento, que demorou mas veio, e o Warner já havia demonstrado não ser tão vilão assim. 


"Como eu posso odiar a raiva dele — ele começa — quando sei muito bem de onde ela vem?"

Mas no que a relação da Juliette e do Warner se transforma, e como a relação dela com o Adam acaba? É simplesmente assustador! Não estava preparada para isso!!! E sinceramente, não sei se gostei...


"E nós somos aspas, invertidas e de ponta-cabeça, agarradas uma à outra no final desta sentença de vida. Presos por vidas que não escolhemos."

O Adam ficou louco. Essa é a única definição que me vem em mente quando lembro o que aconteceu. Ele não quer a ajuda do Warner, e mesmo estando na pior, quer literalmente mandar na Juliette. Vê-lo desistir de tudo, descontar em todo mundo sua raiva, e as coisas horríveis que ele disse a ela, foi o cúmulo! É nessa hora, já muito atrasada para o meu gosto, que ela resolve crescer. E pela primeira vez na vida, ela toma uma decisão por conta própria, sem ter medo das consequências. Ponto para Juliette!


"Às vezes, diferente é bom, não?
— É — Kenji diz. — É, acho que é."

Uma das coisas que mais senti falta nesse livro, e uma das características de que ela amadureceu, foram as frases que ela escrevia em seu caderno, repetidas vezes, e depois cortava. Não há mais isso. Minha menininha cresceu! Sério gente, já falei como admiro o amadurecimento de um personagem, esse demorou tanto, que quase chorei de felicidade quando aconteceu! Mas suas frases, quotes, ainda são pérolas! 


"Preciso de ar. Preciso de um cérebro novo. Preciso pular de uma janela e pegar carona em um dragão para um mundo longe daqui."


"Por muitos anos, vivi em constante terror comigo mesma. A dúvida tinha se casado com meu medo e se mudado para minha mente, onde construiu castelos e governou reinos e mandou em mim, subjugando minha vontade a seus sussurros até eu ser pouco mais do que um peão obediente, muito aterrorizada para desobedecer, muito aterrorizada para discordar. Eu tinha sido algemada, uma prisioneira em minha própria mente. Mas, enfim, enfim eu havia aprendido a me libertar."

Os personagens voltaram com força total. Todos eles continuam tendo suas funções, e claro há um novo plano a ser colocado em prática, para destruir o restabelecimento. Juliette tem uma ideia brilhante. E com a ajuda de Warner, que agora está disposto a ajudar, ela reúne todos os seus amigos, que escaparam da destruição do ponto Ômega, para lutarem por liberdade.


"Se você esconder seu
coração, ele nunca vai poder tirá-lo de você”"

O Adam passa a metade do livro sendo um babaca completo. Desculpem o linguajar, mas ele me tira do sério! Se tornou um obstáculo insuportável, que só sabe se dirigir a Juliette se for para humilhá-la, e agredi-la verbalmente. Não sei por que ele continuou na história, se no fim, não fez diferença alguma. Ele é um desses personagens que não sabe perder. Ele reagiu mal, e terminou mal. 


"Nenhuma arma, nenhuma espada, nenhum exército nem rei um dia será mais poderoso que uma frase. As espadas podem cortar e matar, mas as palavras vão golpear e ficar, enterrando-se em nossos ossos para virarem corpos mortos que carregamos para o futuro, sempre cavando e sem conseguir arrancar seus esqueletos de nossa carne."

Os personagens secundários estão claro, muito abalados com os últimos acontecimentos. Mas não hesitam ao se juntar a Ju nessa batalha. Wisnton, as gêmeas, Brendan, Ian, e até James, que sendo apenas uma criança, que viu a única pessoa que esteve ao seu lado desde sempre, Adam, ruir, reagiu melhor que o próprio Adam. Ele continua uma fofura! E me surpreendeu com sua grandeza e maturidade. Será que ele consegue ensinar para o Adam?


"Ele me disse isso uma vez, eu me lembro. Disse que amava essa característica minha. Que eu era muito boa. Muito doce. Que eu era a única coisa boa que restara neste mundo. Acho que eu sempre soube que não era verdade.
Talvez ele esteja começando a perceber isso também."

Mas há dois personagens, que foram de grande destaque no segundo, Castle e Kenji. Castle está o espelho da tragédia. Desestimulado, e sem forças, está mais morto do que vivo. Até Juliette lhe dar um motivo para lutar novamente. Já Kenji... Gente, ele sempre foi meu personagem favorito, depois do Warner. Mas depois dessa pequena reviravolta, ele se tornou o meu favorito. Não só está ao lado de sua amiga ou princesa, como ele chama Juliette, como também luta para o bem de todos.


"Muito bem então, senhorita Ferrars. Boa sorte e faça uma boa jornada. Nosso mundo está em suas mãos.Talvez você consiga fazer do jeito certo o que eu fiz errado."

Ele é o único que ainda luta por Adam, e dá o braço a torcer por Warner. Mas o mais importante, ele apoia Juliette em todos os momentos. Em um certo ponto da história, comecei a shippar o casal. Já que o Adam pirou, e o Warnner se distanciou. Sinceramente, o mérito dessa história inteira, se deve ao Kenji. Meu novo maridinho literário... apaixonei!


"Isso é porque você não é frágil — afirma. — Na verdade, todo mundo precisa se proteger de você. Você é como uma besta, droga — ele diz. Depois, acrescenta: — Digo, você sabe… Tipo, uma besta fofa. Uma pequena besta que rasga as coisas e
quebra a terra e suga a vida das pessoas."

Perceber que a Ju não amava mais o Adam, e tinha se apaixonado pelo Warner me confundiu. Sinceramente, já esperava que acontecesse, mas ainda assim doeu um pouquinho, ver tudo que eles construíram juntos ruir desse jeito. Nesse livro, diante as novas descobertas, fiquei com ainda mais pena do Warner, e torço pela felicidade do casal. Mas sei não, preferia quando ele era meio vilão.


"E, neste momento, não posso dizer que sei o que Adam faria se eu estivesse morrendo na frente dele. Não tenho certeza se ele teria salvado minha vida. E essa incerteza por si só me faz saber que alguma coisa não estava certa entre nós. Alguma coisa não era real. Talvez nós dois tenhamos nos apaixonado com a ilusão de algo mais."

A relação da Juliette com o Kenji, foi a parte mais bonita da história. Foi uma união linda, de muita parceria e quase irmandade. Foi o ponto alto do livro. Também me emocionei muito com a maturidade e bondade do James. Ele é mais adulto e inteligente do que seus irmãos mais velhos, e turrões. O final entre Adam e Warner também foi bonito. E confesso que por fim, senti muita pena de Adam.Pelo menos, eles estão tentando. Os dois irmãos eram garotos perdidos lutando por um pouco de amor. No fim foi Warner quem ganhou o prêmio final e tão esperado por ambos. O coração de Juliette. Adam sofreu muito com isso. Sobre ele e Juliette... Quem sabe um dia eles consigam superar. 


"Vou estar viva daqui a dez anos e vou ser feliz. Vou ser forte. E não preciso mais de ninguém para me dizer isso. Eu sou suficiente e sempre vou ser."

O final não foi surpreendente por ser bom. Foi justamente ao contrário! Também não foi horrível. Mas como o livro inteiro, me deixou com uma sensação esquisita de confusão. A autora deixou tudo em aberto! Embora tenha cumprido sua missão, e resolvido toda a situação de Juliette com o Restabelecimento. Não sei, esperava mais. Mas dos males, o menor. Acho que a autora fechou bem, conclui o que prometeu e resolveu tudo direitinho. Mas claro, fez falta o enlace das amarras rs.


"Que estranho nós passarmos de amigos inseparáveis a pessoas que se odeiam e, depois, a conhecidos casuais no espaço de tempo de uma vida."

Um final digno da história. Uma distopia eletrizante que te enlouquece, literalmente falando! kk. Não dá pra largar, e com certeza quem é fã de distopia vai amar!! 


"E cada momento do mundo cai morto agora, porque eles acordaram e perceberam que nunca seriam tão importantes quanto agora."

Espero que tenham gostado, e que não deixem de dizer o que acharam!

Mil beijokas e até breve! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário