11 maio 2018

Lá vem Resenha - Restaura-me




Resultado de imagem para restaura-me universo dos livrosAutor (a): Tahereh Mafi
Editora: Universo dos Livros 
Páginas: 400
Série: Estilhaça-me #4
SINOPSE: A história de Juliette e Warner continua no eletrizante novo volume da série Estilhaça-me, de Tahereh Mafi, autora best-seller do The New York Times. Juliette Ferrars acreditava ter vencido. Assumiu o controle do Setor 45, foi nomeada nova Comandante Suprema da América do Norte e agora conta com Warner ao seu lado. No entanto, quando a tragédia se instala, Juliette precisa confrontar a escuridão que existe tanto à sua volta quanto em seu interior.



Hey amores e amoras! 

E se eu te disser que tudo o que conhecíamos, ou pensávamos conhecer sobre Juliette, o Setor 45 e o Restabelecimento, era uma mentira? Vem comigo, que eu te explico.

Esta resenha contém SPOILERS dos livros anteriores! 

Escrever a resenha dos livros que amamos nunca é uma tarefa fácil. Mas se torna um desafio ainda maior, quando depois de um longo espaço de tempo, uma série muita querida retorna com livro novo. E depois do final decepcionante na minha opinião, é claro! da minha tão amada trilogia iniciada em Estilhaça-me, eu não sabia bem o que esperar ou pensar sobre esse novo livro. Agora fico mais tranquila em dizer: ainda bem que ela escreveu Restaura-me! 

Depois de tomar o Setor 45 e tornar-se a comandante suprema da América do Norte, Juliette se encontra em um novo dilema: afinal, o que vem agora? A resposta imediata que todos esperavam, uma guerra iminente, não veio e tomar o Setor 45, tornando-se a comandante suprema não é o suficiente para mudar o regime que o Restabelecimento implantou no mundo inteiro

"Sabe o que acontece se começar a perder o controle agora? O Restabelecimento vai comê-la viva."

Juliette assumiu uma responsabilidade enorme quando aceitou comandar a América do Norte, mas não estava preparada para toda a bagagem que veio com o título. Ao lado de Kenji, Warner e Castle, ela está tentando se adaptar ao novo estilo de vida, mas é questão de tempo até o castelo de aparências começar a ruir.

"Não me orgulho da revelação de que, no fim das contas, não sou inteligente o bastante, rápida o bastante ou perspicaz o bastante para governar o mundo."

Com a chegada de alguns convidados ilustres, filhos dos comandantes ao redor do mundo, que chegam sem avisar, Juliette começa a perceber que talvez o silêncio de todos os outros comandantes mundiais tenha sido proposital, e suas tentativas de paz, tenham sido em vão. Logo essa visita cordial de antigos amigos pode se tornar uma catástrofe, e Warner precisa descobrir do que se trata para alertar Juliette do risco que ela corre. 

"Sinto-me velho e instável, coração e mente em guerra."

Devido ao tempo que se passou desde o lançamento do último livro da trilogia, Restaura-me me pareceu uma espécie de introdução para essa nova fase da série. Seu início se arrasta bastante, e ao meu ver, dava para diminuir consideravelmente a quantidade de páginas sem perder nada de conteúdo. Acompanhamos de forma um tanto repetitiva a dificuldade de Juliette ao tentar se adaptar a essa nova realidade e sua insegurança, que ainda está presente. E acredito que a autora perdeu muito tempo explorando a insegurança de Juliette e o medo de Warner de encarar o passado. É esse medo que o impede de evitar muita coisa e essa enrolação no início do livro, impede de haver uma narrativa mais ágil.

Muita coisa mudou para todos ao redor de Juliette. Mas para Warner as coisas estão mais confusas do que nunca. Com a morte de seu pai, era possível imaginar que ele estaria livre para ser quem quisesse. Mas, ao contrário do que previa, Warner só sente mais perdido. Sem saber exatamente porque está sofrendo e não se sentindo no direito de sofrer por seu pai, ele acaba se distanciando de Juliette. E no meio de vários conflitos internos, acaba deixando de lado coisas bem importantes.

"A verdade é que não sou eu mesmo há o que parece ser um bom tempo, tanto que comecei a me perguntar se eu, em algum momento, soube quem fui."

Nessa nova fase da série, novos personagens nos são apresentados. E é a chegada destes personagens que movimentam toda a trama, que realmente ganha foco a partir da metade do livro. Quando Heider e Nazeera, amigos de infância de Warner chegam sem avisar, para conhecer Juliette, as coisas começam a esquentar. Warner conhece Heider e Nazeera desde sempre. E exatamente por isso, sabe que suas visitas não podem ser apenas por uma cordialidade. E quando seus medos começam a se tornar realidade, Warner só tem uma saída, encarar seu passado de frente.

" Tudo isso era para me tornar mais forte, ele dizia. Era para me ajudar a sobreviver. Em vez disso, a vida com meu pai só me fez desejar a morte."

Confesso que do início até o meio do livro eu estava bem irritada com a Juliette e o Warner. A insegurança de Juliette continua sendo companhia de jornada e ao invés de buscar soluções para seus medos, ela apenas finge não os ver. E o Warner, que eu jurei que iria ajudar a Juliette a comandar, na verdade está afogado em sua própria dor. Nem parece o mesmo. Na verdade, todos mudaram muito. A essência ainda é a mesma, mas todo o sofrimento que passaram deixou marcas profundas. 

" (...) Receio que dessa vez - como aconteceu em todas as outras vezes - acabarei pagando com meu coração."

Warner não ajuda em muita coisa nesse livro. Na verdade, é Castle que o tempo todo tenta alertar e guiar não só Juliette, mas Warner também. Motivo pelo qual ele ganhou ainda mais o meu respeito e carinho. E mais um motivo pelo qual me irritei com os outros dois. Afinal, tudo poderia ter sido mais fácil, se eles apenas tivessem sentado e conversado sobre tudo que Juliette não sabia a respeito de ser comandante suprema, do restabelecimento e de Warner...

" Odeio a facilidade com a qual minha confiança vem e vai, odeio fraquejar entre quem eu era e quem poderia ser. Meu passado ainda está grudado em mim, mãos de esqueleto me puxando para trás mesmo enquanto eu me impulsiono em direção à luz."

Mas tirando isso... o livro vem com muitas respostas e perguntas. Além da introdução de novos personagens que fazem parte do passado de Warner, até então desconhecido por nós, muitos segredos foram revelados. Quando Warner enfim resolve dar atenção a Castle e ler os arquivos pessoais de seu pai, tudo em que acreditávamos ou sabíamos à respeito de Juliette, se revela uma grande mentira. 

" Eu tenho um coração, afirma a ciência, mas sou um monstro, afirma a sociedade."

Bom, a partir disso a narrativa se parece mais com a da Tahereh que conhecemos. Só tiro, porrada e bomba! Era tanta coisa enfim fazendo sentido, tantas revelações sobre detalhes que ficaram em aberto com o final de Incendeia-me, que perdoei a enrolação do início. Vou tentar ser mais clara sobre o que achei de Restaura-me. Embora eu tenha sentido que oitenta por cento do livro foi pura enrolação com dramas um tanto bobos entre os protagonistas, a trama em si, do meio para o fim, começou a esclarecer algumas das dúvidas que ficaram com o fim de Incendeia-me. E foi disso, que eu gostei. 

Sinceramente, estou em uma situação bem complicada ao falar desse novo livro. Infelizmente, acredito que os personagens, diante a dor que vivem, se perderam um pouco. Então muito do que amávamos neles, não iremos encontrar. E por esse motivo, confesso que tive vontade de desistir da leitura. Mas, quando vi que a autora explicaria muita coisa sobre simbolismos dos outros livros, sobre a sociedade, a própria criação e existência do Restabelecimento e o resto do mundo, a curiosidade me venceu e fiquei bem feliz de ter continuado com o livro. Mas, não posso falar muito a respeito disso, porque senão seriam spoilers gigantes da história. Aí não vale.

" Aqueles que não a entendem sempre duvidarão de você."

Outra coisa que me deixou um tanto surpresa, mas feliz de ver acontecer, foi a aproximação de Warner e Adam. Okay, deixa eu ser sincera, Adam não fez falta nenhuma nesse livro. E suas aparições são bem desnecessárias. Nem mesmo Kenji, que era seu melhor amigo, tem estado com ele durante a história. Mas foi bem bacana vê-lo reconhecer seus erros e principalmente se colocar ao lado do irmão nesse momento complicado. Vê-los dividindo uma dor, que só eles entendem, foi bem emocionante. 

" Tenho problemas com a ideia de as pessoas me deixarem para trás."

Como dito acima, Adam não teve participação ativa em Restaura-me. Porém, acredito que como o final colocou à todos em uma situação realmente complicada, elevando a série a um nível que eu sinceramente não esperava, é possível, que o próximo livro seja o livro do Adam. Espero mesmo que ele ganhe mais destaque e chances de se redimir. Afinal, se isso não acontecer, não há motivos para ele continuar na história. Mas não foi apenas Adam que perdeu foco. Todos os sobreviventes da resistência sumiram nesse livro. Calma! Eles estão todos com a Juliette, são citados e tals, mas não aparecem. Eles não tem nenhuma participação real na história. Uma pena! 

Já os novos personagens... Heider e Nazeera, ganham destaque desde que chegam a história. Realmente, foi um plot interessante. E ambos são personagens bem intrigantes. O Heider é aquele típico filhinho de papai, que cumpre todas as ordens do pai, e ainda tenta ser o cara. Tem todo um jeito despojado, alto astral, mas fica bem claro que não dá para confiar nele. E sua relação com Warner, é no mínimo estranha. Ele realmente se considera amigo do protagonista, mas não é recíproco. 

" Nazeera ainda não entendeu que o que temos que fazer... a maneira como vivemos agora... - hesita - foi a vida que recebemos. Nenhum de nós teve escolha."

Nazeera é a salva guarda da história toda! Estive o tempo todo com vontade de retirá-la do livro e exigir que me contasse tudo o que sabe! Porque se alguém sabe de alguma coisa, ou melhor, de tudo nessa história, é ela! Fazendo o estilo rebeldinha, notamos de primeira que ela não segue, nem concorda com o Restabelecimento. Ela está sempre observando e sabe muito mais do que diz. Ela é a chave para tudo! E com certeza, no próximo livro ela vai ter ainda mais o que mostrar. 

Já os outros filhos dos comandantes supremos, não tem tanto destaque assim. Tirando a Lena, ex namorada do Warner WHAT???, que é uma personagem desnecessária, descontrolada, mimada e altamente irritante, os outros só aparecem no final do livro, para fazer média mesmo. 

O Kenji continua sendo um dos motivos pelos quais eu ainda não desisti totalmente dessa série. Amo esse personagem e acompanhar um pouco mais sobre a história de vida dele, foi gratificante. Gosto muito do fato dele ter se tornado o amigo, quase irmão, da Juliette e de ver que quando ela não confia em ninguém, ela ainda confia nele. embora em certo momento eu tenha querido bater nela por sua desconfiança ridícula Como sempre, ele se mantém fiel, amigo e o lado doce/cômico da história. Gostei muito da interação dele com Warner no final do livro. porque a do início pelo amor de gzuis alguém me explica o que era aquilo?? E já comecei a shippar ele e a Nazeera. CASAL MAIS LINDO QUE ISSO IA FORMAR!! 

" - Kishimoto, vá para o inferno.
- Estou logo atrás de você, irmão. "

Mas, também não passa disso. A ação mesmo, foi esquecida no churrasco... E é apenas no final do livro, que as coisas tomam um rumo inesperado e surpreendente. Como sempre, Tahereh nos entrega um final de arrancar os cabelos e destruir corações, como o meu. Tenho a sensação de que o próximo livro será tudo o que esse não foi. E estou empolgada para ver o que ela nos trará, agora que a série tomou um rumo totalmente novo e tão promissor. 

"Isso de não conhecer a paz é muito estranho. Isso de saber que, não importa aonde você vá, não existe nenhum santuário à espera. Que a ameaça da dor se encontra sempre a um sussurro de distância."

Finalizando, que essa resenha já está enooorme eu não sei se indicaria esse livro. Se você gostou do final de Incendeia-me, recomendo que continue com ele, apenas em trilogia mesmo. Já se você for como eu, e não tiver aceitado aquele fim, estiver curioso sobre várias coisas que ela não explicou, então essa é uma boa recomendação. Mas claro, vá com a mente aberta. Muita coisa mudou e infelizmente, esse não é um dos melhores livros da série. Tem muitos defeitos, mas suas revelações e explicações são tão plausíveis e cabíveis na história, que também se tornam motivos para ler Restaura-me.

"O mundo é plano. Sei porque fui jogada da beira do abismo e tento me segurar há dezessete anos.Venho tentando escalar de volta há dezessete anos, mas é quase impossível vencer a gravidade quando ninguém está disposto a lhe dar a mão. Quando ninguém quer correr o risco de tocar em você."

Eu espero que vocês tenham gostado e conseguido entender, mais ou menos, o que eu senti com esse livro. Tá confuso? Talvez rsrs. Mas foi um misto bem curioso de sensações e sentimentos. Tentei ao máximo colocar isso aqui, mas sinto que ainda não fui clara, ou fiz jus, ao livro, sua história e o que me causou. Bom, se já leu, me conta o que achou? Se ainda não, me conta se quer ler ou se para você a história de Juliette acabou em Incendeia-me. 

"A destruição do mundo não aconteceu do dia para a noite, portanto, a sua salvação também não acontecerá."


Beijos, fui! 


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