14 junho 2018

Lá Vem Resenha - O Senhor das Moscas

Autor: William Golding
Editora: Alfaguara
Páginas: 224
Série: -/-
SINOPSE: Durante a Segunda Guerra Mundial, um avião cai numa ilha deserta, e seus únicos sobreviventes são um grupo de meninos em idade escolar. Eles descobrem os encantos desse refúgio tropical e, liderados por Ralph, procuram se organizar enquanto esperam um possível resgate. Mas aos poucos — e por seus próprios desígnios — esses garotos aparentemente inocentes transformam a ilha numa visceral disputa pelo poder, e sua selvageria rasga a fina superfície da civilidade, que mantinham como uma lembrança remota da vida em sociedade. 
Ao narrar a história de meninos perdidos numa ilha paradisíaca, aos poucos se deixando levar pela barbárie, Golding constrói uma história eletrizante, ao mesmo tempo uma reflexão sobre a natureza do mal e a tênue linha entre o poder e a violência desmedida.



Estou passando por aqui para comentar com vocês a respeito deste clássico da literatura pós Segunda Guerra Mundial, “O Senhor das Moscas”, de William Golding. 

Se você é um leitor ávido, certamente já leu ou já ouviu inúmeras referências a essa obra encantadora e sombria. Há muito tempo estava na minha listinha e resolvi lê-lo. A escrita é impecável e a narrativa fluida, no entanto trata-se de um livro triste, trágico, apocalíptico enfim, que me despertou emoções não muito agradáveis e que é, não por acaso, reconhecidamente uma verdadeira obra-prima. 

 A narrativa tem início quando um grupo de crianças inglesas de um colégio interno se encontra preso em uma ilha deserta paradisíaca sem a supervisão de adultos, após a queda do avião que as transportava para longe da guerra (2ª Guerra Mundial). Aos poucos vamos acompanhando a regressão desse grupo de crianças à um estado de selvageria, de crueldade e imoralidade inacreditáveis e nauseantes. 

 Durante a leitura me apeguei principalmente ao personagem “Porquinho”, que sofre devido ao excesso de peso e sua miopia que o torna refém de seu óculos “fundo de garrafa”. Porquinho sempre age de modo lógico, tenta abrir os olhos de todos para a melhor forma de agirem para que possam ser resgatados, sendo, no contudo extremamente impopular. 

Entre outros personagens de destaque temos Ralph, escolhido pelos meninos para ser o líder e Jack, dono de uma crueldade inata, quer subjugar a todos e tem uma constante sede por sangue. Os conflitos são permanentes entre esses personagens principalmente. 

 É uma obra repleta de temas, simbolismos e discussões filosóficas profundas, nos quais os personagens representam diferentes papéis na sociedade. A democracia, o fascismo, as pessoas doutrináveis, incapazes de pensar por si próprias, a fé, a religião, o macabro, o “bicho” obscuro, a maldade que aflora, será inata ao ser humano? 

 É perturbador, chocante, apocalíptico, ainda mais por tamanha maldade e crueldade partir de crianças, meninos que não ultrapassam a idade de doze anos. Ainda assim, considero uma leitura essencial e que agrega muito nos levando a grandes reflexões a respeito de que rumo nossa sociedade pode tomar uma vez dominada por pessoas erradas e inescrupulosas, que tem a validação, o apoio de uma massa perdida, ignorante e “ilhada”. Se fizermos esta análise, é, de fato, aterrorizante.

Beijos e até breve!


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