19 novembro 2014

Resenha: Onde Deixarei Meu Coração

Onde Deixarei Meu Coração

Autor(a): Sarra Manning
Páginas: 336
Classificação: 4\5
Sinopse: Simples, careta e sem graça. É assim que Bea se vê. Então quando a super descolada Ruby e seu bando de populares passam a se interessar por sua opinião, isso só pode ser uma pegadinha. Certo? Pelo menos é assim que sempre acontece nos filmes... Mas o convite para passarem as férias em Málaga parece pra valer. E com um bônus: Bea pode se afastar da mãe irritante e controladora. No entanto, depois de apenas 48 horas na Espanha, Bea se flagra mudando o itinerário. A menina decide visitar Paris para encontrar o pai que nunca conheceu. Afinal, a cidade luz pode emprestar um pouco de clareza a um período nebuloso de sua vida familiar. No caminho, ela conhece Toph, um estudante americano mochilando pela Europa. Enquanto procuram pelo pai dela nos cafés e boulevards de Paris, ela perde a cabeça em vez disso. Será que Bea é a garota de Toph ou a boa menina que sua mãe espera que ela seja? Ou será esse o verão mágico em que Bea finalmente torna-se dona do próprio nariz?

" Acho que nunca vai parar de chover."

Hey, hey, amores e amoras! Se você for como eu, vai ver essa capa linda e pensar logo que se trata de um romance estilo água com açúcar, daqueles de te arrancar suspiros. Mas esse não é o caso de Onde Deixarei Meu Coração.

Primeiro acho que a sinopse engana um pouco a respeito do que realmente trata o livro, e contrasta bastante com a descrição do mesmo: Uma comovente história sobre amor, perda e identidade. Mas isso é exatamente sobre o que trata o livro.

Sempre tive vontade de ler algo dessa autora, mas ainda não havia surgido uma oportunidade para ler Os Adoráveis, mas quando eu vi essa capa... Não teve como não amar!  Comecei a leitura do livro sem muita expectativa, mas tinha certeza que era um romance doce que se passava em Paris. Posso dizer que me surpreendi de uma forma positiva!

"Esperei que meu corpo caísse no chão para que eu pudesse recolhê-lo."

Muito mais do que capa, o livro traz uma história comovente, por que não?, sobre amor, identidade e família. Bea é uma menina doce que não desobedece ou desaponta nunca. Com uma família adorável, avós magníficas, um padrasto encantador e dois irmão gêmeos fofíssimos, tem apenas um problema, sua mãe controladora e super protetora.

A mãe da Bea é super neurótica, ela tem certeza que se não estiver a par de tudo o que ela faz, ou no controle da vida da filha, ela vai engravidar e estragar a sua vida. Como ela mesma fez um dia... Afinal, ela foi mãe com apenas 17 anos. Mas ainda assim é muito irritante vê-la agir de forma tão controladora com a filha que nunca deu nenhum motivo para tal desconfiança.


A Bea é super obediente, não se importa de fazer tudo que sua mãe manda,ela faz. E é sempre tudo de bom grado, ela estuda, trabalha, fica com os irmãos, e suas únicas amigas são pessoas da escola que não fazem parte de nenhum círculo social. O único grande sonho da menina é viajar até Paris e encontrar seu pai perdido, de quem sua mãe nunca fala. Mas tudo isso começa a mudar no dia que sua ex melhor amiga Ayesha, resolve levá-la para almoçar.


- Quer saber qual é o seu problema?
As pessoas sempre lhe perguntam isso quando sabem que a resposta vai  fazer você morrer um pouco por dentro.

Ayesha depois de ter se tornado bonita como uma modelo, abandonou sua melhor amiga para andar com Ruby, a garota mais popular da escola. Que agora nutre um súbito interesse por Bea. É claro que por traz de toda a amizade repentina tinha que haver uma segunda intenção maligna. E nessa história não foi diferente. 


Alguns meses depois de se tornar mais uma no grupo de Ruby, e passar por várias aprovações impostas pela líder do grupo, elas viajam rumo a Espanha. E é lá, que a vida de Bea dá uma virada de 180 graus!


Conforme o livro vai passando, e Bea vai se relacionando com outras pessoas, se familiarizando com o mundo adolescente do qual nunca fez parte, ela vai mudando seu jeito de agir. E ponto para a autora, que não tornou a Bea uma daquelas adolescente chatas, que fazem tudo errado para provocar os pais, ou simplesmente perde a cabeça. Não, ela continuou sendo ela mesma, embora estivesse de alguma forma tentando se descobrir em tudo o que estava acontecendo.


Já na Espanha, Bea se depara com uma situação horrível. A descoberta de que tudo não se passou de um plano da Ruby para conseguir viajar. Bom, a vingança foi maligna e pela PRIMEIRA VEZ na vida, eu vi alguém conseguir seu intento de despejar sua raiva momentânea com sucesso! Ela não abaixou a cabeça e começou a chorar, quer dizer isso também, mas ela resolveu dar o troco e fez bonito! Adorei essa cena!! 


Após o fiasco da viagem, Bea resolve voltar para casa, mas tão perto de Paris, tão perto de seu pai, ela iria realmente deixar passar a oportunidade? É claro que não! A partir da decisão da Bea de encontrar o pai, é que as coisas ficam realmente interessantes. Antes é tudo muito clichê e superficial. A velha história da menina doce e ingênua e a menina má. Mas depois que a ida para Paris se torna uma decisão, não há mais volta. Nem para Bea, nem para o leitor. Embarcamos em uma viagem rumo a um destino incerto, cheio de surpresas e reviravoltas de tirar o fôlego!


Durante a viagem para Paris, nossa heroína se perde, e vai parar em uma cidadezinha próxima da França. Sem ter mais a quem recorrer ela embarca em uma aventura emocionante com um grupo de mochileiros americanos, rumo ao seu destino. 


Os amigos americanos que ela arranja são uma graça. O mais engraçado e vê-la agindo como a cabeça do grupo. Foi uma das partes mais legais do livro. Eles estão em uma viagem pela Europa antes de entrarem de fato na faculdade, e com eles, ela passa momentos inesquecíveis. Mas dentre eles, alguém chama a atenção de Bea, e embora ela faça amizades significativas com todos, a mais complicada e profunda é com Toph. O menino tímido, inteligente e o mais responsável do grupo. 



"Talvez nem todas as amizades tenham de ser emocionantes e sobre paixões compartilhadas; podia haver outras amizades mais suaves e menos intensas, mas ainda eram amizades legítimas."

Toph é um garoto bem diferente. Ele é engraçado, ciumento e preocupado. E o modo como eles acabam se apaixonando é uma surpresa! Muito fofa por sinal *--*. Ele é super atencioso, e uma coisa que me chamou a atenção nele, foi o fato dele ter se interessado pela Bea, por ela ser diferente de todas as outras meninas que ele conhece. E o modo como o relacionamento deles vai fluindo é tão mágico! Eles parecem se conhecer a vida toda, é apaixonante!



" Nós enfiamos vidas inteiras naqueles dias, Bea."

Outro motivo pelo qual o livro vale super a pena é a viagem a Paris. Gente, é uma Paris completamente nova que a autora expõe. Com cantinho escondidos e detalhes fascinantes. Eu gostei muito do modo como ela conseguiu me transportar para cada ambiente citado no livro. E no fim do livro ainda tem um monte de indicações super fofas, de livros, filmes e músicas pra gente conhecer um pouco mais sobre a cultura parisiense.


Acho que vocês já conseguiram perceber que eu amei a escrita da autora. É leve, flui rápido, encanta e prende o leitor. Outra coisa que achei interessante foi como a autora conseguiu dividir o livro em partes, sem fazer isso de fato. É como se o livro se passasse em fases, eu amei isso!



"Mas às vezes o que você sente por outra pessoa não faz sentido, simplesmente é."

Os mochileiros resolvem voltar para os States, mas Toph acaba ficando, e aí é só eles dois e uma Paris inteira para aproveitar. Eles dois são uma graça juntos, e depois que os outros vão embora, o Toph se mostra alguém muito mais divertido do que parecia. Eu ri muito dele! 


" Talvez daqui a dez anos a gente se encontre e se apaixone de novo."

O que mais gostei na Bea, é o modo consciente dela de ver a vida, e de aceitar as mudanças. Acompanhar a jornada dela em busca do pai é atordoante, principalmente por todo o amor que ela passou a nutrir pela França quando descobriu que seu pai é Frances aos 3 anos de idade! Ela o procura com tanta certeza do que vai encontrar que é de partir o coração. Eu só conseguia torcer para ela encontrá-lo e que ele fosse alguém muito especial. Essa é a parte mais emocionante do livro, porque ela realmente encontra esse pedaço que falta dela, mas diferente do que ela, e eu, imaginava, ela encontra o que procurava, em si mesma.



"Estavam todos no meio da vida, e eu estava presa a um lugar, incapaz de ir para a frente ou para trás."

Bom, vou me abster do resto da história se não conto tudo! rsrs. Mas posso dizer que como qualquer coisa boa, a viagem acaba. E quando ela volta para casa, as coisas realmente ficam feias! 


Esse livro foi uma surpresa do início ao fim. Após o retorno para casa ainda há tanta coisa para descobrir e tanta coisa pelas quais Bea vai passar que não há como não se apaixonar pela história cheia de reviravoltas e conflitos que nos fazem pensar na nossa própria vida.



" E se você ainda sentir a mesma coisa por mim, você vai me encontrar."

Esse foi o fato mais surpreendente do livro, ele está sempre mudando, quando a gente pensa que acabaram as surpresas lá vem a autora com mais uma bomba. E a maior de todas, envolve o pai da Bea. O que também foi minha única decepção, e motivo pelo qual não dei 5 estrelas para o livro. Esperava mais nessa parte, queria uma resolução concreta, e nesse quesito a autora ficou devendo.


Mas enfim, Onde Deixarei Meu Coração, é um livro doce, cheio de amor e romance, amizade, auto descoberta, amor pela família, perdas, e principalmente surpreendente. Não dá para contar toda a maravilha que é o livro sem acabar falando demais, mas eu garanto que esse livro vai te surpreender, e que a capa, embora seja suuuuuper linda, não mostra nem um tantinho o quanto o livro é IN-CRÍ-VEL!!!


"(...) Sempre teremos Paris."

Espero que tenham gostado, e que não deixem de comentar!

Bjokas e até a próxima...





3 comentários:

  1. Boa noite, Anya! <3
    Só hoje você me trouxe as duas resenhas que eu gostaria muito que você fizesse! Vi que cada livro guardou seu encanto, e não pude deixar de comentar.
    Sinceramente, essa é uma das capas mais delicadas que já vi. Linda, linda, linda. Posso repetir isso por horas. Assim que eu bati o olho nela já sabia que continha uma história pra lá de especial e marcante.
    Infelizmente, a sinopse me decepcionou um pouco. Como você disse, até a parte em que ela decide ir em buscar do pai, o livro se passa de forma superficial. Eu não gosto nem um pouco disso. E também não sou de ler livros em que a personagem principal sofre por causa das vilãnzinhas em colégios. Mesmo assim, eu sabia que tinha algo por trás disso tudo, a história tinha que ter uma trama para se desenvolver: um motivo maior para cativar tanta gente, como vi.
    Bem, eu sou uma eterna suspeita para falar da Cidade Luz, sabia? Sou completamente apaixonada pela França, por Paris, por seus recantos e suas belezas que não infinitas e indescritíveis! Amo muito a língua e a falo até em certo domínio, mas não com fluência. Ainda ;)
    Essa narrativa de descrição aos segredos parisienses deve ser maravilhoso! Poder viajar sem sair do lugar é uma das coisas que eu sempre vou admirar mais na leitura.
    Espero que esta me aguarde grande emoções! <3
    Um beijo enorme, flor.
    Tem Post no blog sobre customização de estantes e ideias criativas para montar a sua! Vem conferir. :D
    Paula, Poetisa & Literária

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  2. Passei por lá e você deixou minha cabeça fervilhando com ideias novas para a minha estante! Com relação ao livro no início embora superficial é bastante leve e gostoso de ler. Mas depois o livro realmente surpreende! Espero que você dê uma chance, acho que vai gostar!!! Bjokas... <3
    P.S: Saudades de você!!! rsrs

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  3. Ah Meu Deus! Você fala francês??? Eu adoro a França e a Itália em especial, então tenho o sonho de aprender o francês e o italiano, além do espanhol. Com certeza você vai adorar! No início ele é bem leve e superficial mas depois fica tão bom! E a escritora realmente nos leva para uma nova Paris! É super lindo, você vai amar! <3

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