19 agosto 2015

Lá Vem Resenha: Eu Estive Aqui


Eu Estive AquiAutor(a): Gayle Forman

Páginas: 240

Editora: Arqueiro

Classificação: 5/5

Sinopse: Quando sua melhor amiga, Meg, toma um frasco de veneno sozinha num quarto de motel, Cody fica chocada e arrasada. Ela e Meg compartilhavam tudo... Como podia não ter previsto aquilo, como não percebera nenhum sinal?
A pedido dos pais de Meg, Cody viaja a Tacoma, onde a amiga fazia faculdade, para reunir seus pertences. Lá, acaba descobrindo muitas coisas que Meg não havia lhe contado. Conhece seus colegas de quarto, o tipo de pessoa com quem Cody nunca teria esbarrado em sua cidadezinha no fim do mundo. E conhece Ben McCallister, o guitarrista zombeteiro que se envolveu com Meg e tem os próprios segredos.
Porém, sua maior descoberta ocorre quando recebe dos pais de Meg o notebook da melhor amiga. Vasculhando o computador, Cody dá de cara com um arquivo criptografado, impossível de abrir. Até que um colega nerd consegue desbloqueá-lo... e de repente tudo o que ela pensou que sabia sobre a morte de Meg é posto em dúvida.
Eu estive aqui é Gayle Forman em sua melhor forma, uma história tensa, comovente e redentora que mostra que é possível seguir em frente mesmo diante de uma perda indescritível.



 Antes de falar do livro lindo que li, vou falar um pouquinho sobre o projeto Clube Entre Leituras. O projeto é administrado e criado, pelos blogs Entre um Livro e Outro e Leituras Plus. E visa compartilhar o amor pela leitura com todos. O clube funciona através do Grupo no Facebook, onde todo mês dois livros são escolhidos e debatidos. Se quiser saber mais, ou participar, é só clicar no face do grupo, aqui encima.


"A morte é o derradeiro rito de passagem, e pode ser um ritual muito sagrado. Às vezes, para que ele se torne pessoal, é preciso torná-lo anônimo."


Hey amores e amoras! Estou aqui em mais uma missão difícil, para passar minhas impressões sobre um livro que não só mexeu muito comigo, como me fez pensar na vida de maneira que eu ainda não havia pensado.

Nós podemos mudar o destino de alguém com nossos atos? Se tivéssemos feito diferente, teríamos influenciado em algo? E se... Perguntas normais para aqueles que de alguma forma, querem entender o porque das coisas, e se poderiam ter mudado ou ajudado em algo, que lhe faz falta. Que se perdeu. Bom, eu lhes apresento Cody...


"Eu deixei Meg na mão em vida. Mas não a deixarei na mão na

morte."

Cody tem uma história e tanto! Sua mãe é garçonete, e não suporta ser chamada de mãe. Na verdade ela não merece mesmo ser chamada assim, porque ela não é. Não estou julgando as atitudes dela, mas é que ela realmente se comporta como se cuidar só para constar ela não cuida da filha. Ela diz que cuida. O que é totalmente diferente... da Cody fosse uma obrigação, da qual ela pretende se livrar em breve. 

Com isso, Cody sempre viveu por conta própria e com a ajuda da família de Meg. Sua melhor amiga. Sua quase irmã. Era com a família da amiga que ela viajava, passeava, e com quem ficava enquanto a mãe trabalhava. As duas compartilhavam tudo. E nada as separaria. Era o que ela achava...


"Mas talvez você não queira dizer que ela era sua melhor metade. Talvez ela fosse a sua outra metade. – Ele toma um gole de sua bebida. – Às vezes, conhecemos pessoas com as quais estabelecemos uma relação tão simbiótica que é como se fôssemos uma pessoa só, com uma só mente, um só destino."

O livro começa em mais uma cerimônia fúnebre de Meg. Cody não as suporta, já que ninguém que comparece, conhecia Meg como ela, eles não a mereciam. Mas Cody foi. Em todas! Como uma amiga de verdade deveria fazer. Mas elas não eram amigas de verdade, já que ela não conseguiu prever que isso aconteceria não é? Cody vive se culpando por isso. Como ela não pôde perceber? Mas talvez, estivesse tão visível, tão perto, tão camuflado, que era impossível perceber.

Cody trabalha como faxineira, para pagar a faculdade. E quem sabe, se der sorte, ir fazer faculdade junto com Meg. O que ela acha impossível, trabalhando com faxinas. Devo confessar que essa foi a primeira coisa que me impressionou no livro. Foi a primeira vez, que eu vi a personagem principal trabalhando dessa maneira. E me encantei.

Pelo fato de Meg ter se mudado para fazer faculdade em Tacoma, Cody fica ressentida por ter de ficar, continuar na mesma vida chata de sempre, e ambas se perdem um pouco. Mas a notícia de que sua melhor amiga se suicidou, a devolve para sua antiga amiga. A de antes da viagem. A de antes da partida, e de venenos em motéis. E ela está decidida a descobrir o que mudou, porque mudou, e principalmente, como ela não percebeu???

Depois da morte de Meg, o mundo de Cody despenca. E se antes ela girava em torno de Meg, agora ela se sente perdida e sem chão. Os pais de Meg são o retrato da desolação e perda. E fazem de Cody, sua substituta. Eles se juntam pela dor. Mas o fardo está começando a pesar demais. E Cody quer fugir. No entanto, os pais de Meg tem uma missão para ela. Buscar as coisas de Meg em Tacoma. 

Antes da viagem, da qual Cody não tem coragem de recusar, ela ganha de presente dos pais da amiga, o notebook de Meg. E aí as coisas começam a esquentar... Todas as perguntas que Cody não se cansa de fazer, pensar e sentir, podem estar em um arquivo criptografado nesse computador. Só o que ela precisa, é abrir e lê-lo. Mas para isso, ela precisará de ajuda.

Nessa viagem, Cody não só recebe toda a ajuda de que precisa, como conhece os amigos de Meg. Com quem vai descobrindo pequenos detalhes de um quebra cabeça que vai muito além do que ela sabe sobre a morte da amiga. Cody não só desvenda o mistério da morte da amiga, como conhece-a de verdade. Mas o mais importante, é que depois de tantos anos a sombra de Meg, Cody, tem a oportunidade de enfim, descobrir a si mesma.

Os personagens de Gayle nesse livro, me causaram algo completamente novo. Estive a beira da emoção, da raiva, da tristeza, da dor... Senti tudo isso com eles. As emoções no livro são tão palpáveis, e reais que é quase como um personagem secundário. E acredito que essa já seja uma das marcas registradas de Gayle. 

A visita proveitosa de Cody, rende não só pistas da morte de Meg, mas também Ben. Ben é um guitarrista típico. Tem mulheres em fila, faz sucesso com sua banda de rock, fuma, bebe, e tudo que tem direito, e que não tem também.Mas há algo nele que o torna diferente para Cody. Ele conhecia Meg. Muito bem por sinal. Mas ele partiu o coração dela, e Cody não pode suportar isso, bem como a Ben. 


"Sempre acreditei que é melhor ser odiada do que ignorada. Talvez, da mesma forma, seja melhor sentir isto do que não sentir nada."

Logo essa repulsa se torna amizade, por precisarem da ajuda um do outro para desvendarem o mistério acerca da morte de Meg. E de amizade, isso evolui a amor. Um amor tenso, e hesitante. Ele com sua história de vida tenebrosa. Ela com a culpa pela perda, e suposta traição que estaria cometendo à sua melhor amiga, ficando com Ben. Um amor, no meio da dor da perda. Um amor que poderia curar, ou destruir tudo de uma vez.


"este ano o inverno pulou direto para o verão sem passar pela primavera, o que me parece adequado. De extremo a extremo, sem tempo para transições suaves."

Ben foi um personagem estranho no começo. Eu não sabia se não gostava, ou se tinha pena dele. Mas depois que fui conhecendo-o, minha impressão mudou. Mais do que pena, dá para sentir sua dor. Ele é o que aprendeu a ser. Mas a morte de Meg, e a chegada de Cody, o incentiva a mudar. E ele o faz. Muda por amor. E isso o tornou ao meu ver, um ser humano admirável. 


"Sentir seus próprios sentimentos é um ato de

bravura."

É visível o amadurecimento de Cody durante a leitura. E como eu aprecio isso! O mais legal da história, do livro inteiro, é ver a Cody lutando contra seus próprios demônios pela primeira vez. E depois vê-la se perder, e se encontrar. É emocionante vê-la perceber que só se perdeu, porque não viva como ela. Vivia como a sombra de Meg. E mais gratificante ainda, é vê-la se sobressair de sombra, à pessoa.


"Você tinha um monte de pedras nas
mãos, então resolveu limpá-las, deixá-las bonitas e fez um colar. Meg ganhou um colar de joias e se enforcou com ele."

O romance fica a desejar. É um romance rápido, controverso, cheio de culpa, que amadurece junto com os personagens. Porém, já era de se esperar que isso acontecesse, porque o livro entra em ritmo de suspense. E o que temos, é  a procura incessante por respostas, de Cody. 


"Eu sentia muita saudade dela, e queria ter podido estar lá, ter
concretizado nossos planos. Mas nunca lhe falei isso. Aliás, não lhe falei muitas coisas. E ela me falou menos coisas ainda." 

Amei como a autora conduziu a história. Ela dá voltas, e mais voltas que levam Cody a avaliar sua vida, descobrir a si mesma, e perceber que a resposta, a causa, e a consequência sempre estiveram na sua frente. Mas muito mascarada para que ela pudesse ver. 


"Em nossa cidade, ela era como uma rosa
brotando no deserto; confundia os outros."

Esse livro segue a linha do tenso, doloroso e reflexivo. Os personagens tem muito a acrescentar e a mostrar de um universo que pouco conhecemos. A depressão. É um livro sobre perdas e ganhos. Amizades, amor, e descobrir a si mesmo. Um livro sobre decisões e suas consequências.


"“vida e morte são um só fio, uma só linha vista de lados
diferentes”. Você deu o primeiro passo, não em direção à morte, mas em direção a outra maneira de viver sua vida. Isso, por si só, é a definição de destemor."

A escrita da autora amadureceu muito. E me arrisco a dizer que esse é o melhor livro dela até hoje, avaliando pela escrita. Não só me espantei com esse detalhe, como também estive impressionada com o estilo desse livro. Se difere de todos os outros, que ela já escreveu. E confesso, eu amei. Estou ainda mais apaixonada pela Gayle e suas obras magníficas. 

Eu super recomendo a leitura à todos. Mas aviso que o final, embora não sendo uma surpresa tão devastadora, pode fazer chorar horrores! Eu chorei, e muito!! Mas sou manteiga derretida quando se trata de livros, então... haha. 

O livro é lindo. Escrito de forma madura, e com uma pitada de suspense, nos leva a pensar na nossa vida em relação a dos outros. O que acontece com quem vive ao seu redor, quando você se vai? Quais as consequências, nos seus familiares, de um ato impensado? E o que fazer quando não se sabe mais viver? Cody descobre isso e muito mais. Ela se perde, se encontra, e só então, descobre o que levou Meg a se suicidar. 


"Essa era Meg – concluo. – Ela era capaz de fazer qualquer coisa. De ajudar qualquer pessoa.
Alice fica em silêncio, digerindo o que acabou de ouvir.
– Menos a si mesma."

Mas o que mais importa, é que embora, Meg tenha ido precocemente, e deixado imensas saudades, ela deixou sua marca no mundo. No mundo dos seus amigos e familiares. Ela viveu, amou e ensinou a amar. Ela ajudou e inspirou sua amiga a continuar. E quando se foi, a ajudou a se encontrar. Ela esteve aqui.

Citações...

“Não há nada mais desejável do que se livrar de uma aflição, mas não há nada mais assustador do que perder algo que nos serve de muleta.” – James Baldwin

"Uma chama voraz originou-se de uma ínfima fagulha."

“Ter fé significa dar o primeiro passo quando você não consegue ver todos os degraus da escada.”

“Quando percebe que nada é permanente, você não busca se agarrar a nada. Quando não teme a morte, nada mais é inalcançável.” – Lao-Tsé

“A liberdade não é algo que você possa receber de alguém.
A liberdade deve ser conquistada, e as pessoas são tão livres quanto desejam ser”.

“Não é a morte ou a dor que deve ser temida, mas o medo da dor ou da morte”,

Para ler ouvindo...

Beyoncé - I Was Here




Espero que tenham gostado, e que não deixem de me dar sua opinião. ^^

Mil beijokas e até breve! 

4 comentários:

  1. Meu Deus! Que Resenha rica.

    Anya esse livro é dolorido, senti isso só na sua resenha. Quero muito ler, mas tenho que estar em um momento bem tranquilo psicologicamente. kkkkk
    Acho que vou ler ainda este mês...kkk
    Amei sua resenha
    Beijos
    Paty (leiturasplus.blogspot.com)

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  2. Você é uma linda e amada Paty! Obrigada pelo carinho que despeja sobre o blog viu? Você é sempre um raio de sol por aqui. Volte sempre!

    Esse livro é dolorido sim. É claro, que o suspense supera tudo. Mas de qualquer forma, ele é bem complexo. Mas eu indico muito! Você vai gostar, embora é claro, eu realmente indico ler quando estiver tranquila. Melhor, bem tranquila! kkkk
    Mil beijos linda!

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  3. Eu já estava aqui louca por esse livro, li sua resenha e como é que eu fico? MAIS LOUCA AINDA, esse deve ser o tipo de livro que machuca, daqueles que termina e você não sabe o que fazer, não é? E é por isso que acredito ser o meu tipo de leitura, tá eu admito amo sofrer nas leitura você me entende não é Anya? Amei a resenha, sempre cheia de animação e honestidade, amo isso! ♥

    Beijos
    Dani Cruz
    blog-emcomum.blogspot.com.br
    Twitter - @blogemcomum / Insta - @blogemcomum / Fanpage Em Comum

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    1. Dani sua linda! Eu espero que você o leia logo para a gente falar sobre ele! Estou com saudades de conversar com você! kkk. Estou tão feliz que tenha gostado da resenha! É EXATAMENTE isso Dani! Eu chorei horas depois que terminei. Mesmo tudo dando certo no fim, fica aquele sentimento de vazio sabe? É difícil! rs. Com certeza que eu te entendo Dani! kkk. Outro dia mesmo, eu admiti isso a minha irmã! kk. Mas o melhor tipo de leitura é quando a gente sofre um pouquinho né? haha. Significa que mexeu com a gente! Você é uma flor! Estava tão nervosa na hora de escrever! Fico feliz que tenha conseguido expressar meus sentimentos!
      Super obrigada pela visita e volte sempre por favor! Amo quando você aparece por aqui! mil beijos linda!!!

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