31 agosto 2016

{Lá Vem Resenha} O Caderninho de Desafios de Dash & Lily


Autor: Rachel Cohn & David Levithan

Título Original: Dash & Lily's Book of Dares

Editora: Galera

Páginas: 256


Sinopse: O novo livro de David Levithan e Rachel Cohn que juntos escreveram Nick e Nora Uma noite de amor e música acompanha a dupla Lily e Dash. Ela está doida pra se apaixonar e, pra encontrar o par perfeito, decide criar um caderninho cheio de tarefas e deixá-lo na livraria mais caótica de Manhattan. Quem encontra o moleskine é Dash, e os dois começam a se corresponder e trocar sonhos, desafios e desejos no caderninho, que vai se perdendo nos mais diversos lugares de Nova York.


Hey amores e amoras! Hoje trago a resenha de um livro que já entrou para a lista de favoritos, antes mesmo de ser lido! kk. Pois é, como sempre as expectativas eram gritantes, afinal é de David Levithan que estamos falando! Mas no fim, o livro não foi tudo o que eu esperava. Porém, conseguiu garantir sua posição e seu coraçãozinho... haha.

"Imagine o seguinte:
Você está na sua livraria favorita, olhando as prateleiras. Chega à seção onde ficam os livros de um de seus autores favoritos, e ali, aninhado confortavelmente entre aslombadas incrivelmente familiares, há um caderninho vermelho.
O que você faz?Acho que a escolha é óbvia:
Pega o caderninho vermelho e o abre.
E faz o que ele mandar você fazer."


Vou começar deixando claro que Levithan escreve melhor sozinho! Sim, é verdade. Ele tem um modo muito peculiar de escrever. Irreverente, sensível, delicado e tocante. Com seus mais diversos personagens, histórias e situações, ele sempre consegue criar uma escrita envolvente, um personagem sedutor que te leva através das páginas... Quando ele está escrevendo em conjunto, o corte é um choque! Dá vontade de pular para o próximo capítulo do autor rsrs.

"Acreditamos nas coisas erradas, escrevi, usando a mesma caneta que Boomer usou no braço. É isso o que mais me frustra. Não a falta de crença, mas a crença nas coisas erradas. Você quer sentido? Os sentidos estão por aí. Mas somos bons demais em lê-los da forma errada."

Mas voltando a história... haha. O livro conta a história de Dash como eu amo esse personagem!!! e Lily. Ambos adolescentes de apenas dezesseis anos, com uma única coisa em comum: um moleskine vermelho encontrado por Dash na Strand Bookstore, essa linda livraria que eu PRECISO conhecer!! das imagens abaixo.

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Lily, a dona do caderninho, é uma menina alegre. Na verdade, ela é a alegria em pessoa! Sempre pronta a ajudar a todos, estudiosa, tímida e sensível, é conhecida na família como ursinha Lily. Depois de ler isso, ficou claro que ela precisa crescer né? kkk. 

Lily adora o Natal. Tudo do Natal. Seu conceito, assar biscoitos, papai noel, presentes, arrumar a árvore, corais e a família reunida. Principalmente a família reunida. Mas mesmo que a escandaLily, goste muito dessa data e queira estar com sua família no momento mais especial do ano, seus pais resolvem aprontar uma. E é assim, que Lily acaba passando seu Natal conversando com um menino hostil através de seu moleskine vermelho...

"Não se preocupe, não sou uma pessoa bizarra com quem ninguém fala. É mais que as outras garotas falam comigo, mas depois de um tempo meio que olham para mim com cara de “HÃ? O que ela acabou de dizer?” e se afastam com seus grupos, onde tenho certeza de que falam uma língua secreta de popularidade, e eu volto a chutar a bola sozinha e a ter conversas imaginárias com meus cachorros e personagens literários favoritos. Todo mundo sai ganhando."

Nunca tinha visto ninguém como a Lily! kkk. Ao mesmo tempo que a amei, a detestei. Não sei como é possível, mas é. Na verdade, acho que o que gostei, foi a nova Lily. A Lily, só Lily. Nem escandaLily, nem ursinha Lily. Gostei da menina que ela poderia ser se a família não a tratasse como algo quebrável, não a mimassem tanto, deixassem a menina respirar. Amei ainda mais, a menina que ela é em seu interior... doce, delicada e muito esperta. Cheia de reflexões inteligentes e um coração gigante. 

"PORQUE SOU TÃO SEM GRAÇA E TÃO MEDROSOPensei: Que bom, Sem Graça e Tão Medroso. Você chegou aqui de qualquer modo. Talvez metade da batalha esteja ganha, não? Perguntei-me o que acontecera com essa pessoa. Perguntei-me se poderia deixar para ela um caderninho vermelho."

Sua história é bastante lindinha, mas ela tem um q dramático, que às vezes é cômico, às vezes é chato. Quando ainda muito pequena, Lily viu seu hamster ser devorado por um gato. Diante a pavorosa cena, não consigo imaginar algo como isso para uma criança!rsrs a menina gritou tanto, que ficou conhecida por todos como escandaLily. Ela era uma criancinha quando isso aconteceu, como assim bullying nessa idade gente??  E por isso, a família além de não deixá-la mais ter um bichinho de estimação, a colocou em uma escola só para meninas...

Depois do imenso trauma, todos pisam em ovos com ela, temendo a volta da escandaLily. Sério isso??! Mas enfim, pelo comportamento doce e quase submisso, que Lily desenvolveu, já que nunca conseguiu fazer amizades na escola, criou a fase ursinha Lily. Não preciso nem dizer o que eu achei disso né?? kkk. Mas as coisas melhoram, e muito, com a entrada de Dashiell na vida da menina.

"Sempre torci para que, depois que o príncipe encontrasse Cinderela e eles partissem na carruagem magnífica, ela se virasse para ele depois de alguns quilômetros e dissesse: “Pode me deixar na estrada, por favor? Agora que finalmente fugi de minha horrível vida de exploração, gostaria de ver um pouco do mundo, sabe? Talvez fazer um mochilão pela Europa ou Ásia. Procuro por você depois, Príncipe, depois de ter encontrado meu caminho. Mas obrigada por me achar!"

Eu achei uma baita sacanagem os pais da Lily terem a deixado sozinha com o irmão, justo no natal. Sabendo o quanto era especial para ela, me pareceu meio insensível... haha. Mas tudo que é ruim, pode piorar. E seu irmão, além de não se importar com nada além de seu namorado novo, fica doente. E depois de dar a ideia, criar os desafios e incentivar a ideia do caderninho, deixa Lily a sua própria sorte. É claro que isso não ia dar certo...

Dash é um garoto extremamente inteligente, perspicaz e irônico. Ácido com seus pensamentos e reflexões, vai mostrando ao longo do livro, que essa é apenas a sua armadura. Uma forma de sobreviver à um mundo, onde tudo e todos lhe parecem extremamente artificias e superficiais.

"Talvez, pensei, não seja a distância o problema, mas como você lida com ela."

Dash é com certeza, o melhor personagem de todos os tempos! kk. Super real, cheio de falhas, defeitos e confusões, consegue ser muito mais sensato do que Lily, que teve uma vida praticamente perfeita. Além de adorar ler, brincar com as palavras e seus significados... 

"Gostaria de lembrar-me do momento quando, criança, descobri que as letras se uniam em palavras, e que as palavras se ligavam a coisas de verdade. Que revelação deve ter sido. Não temos palavras para isso, pois não tínhamos aprendido palavras ainda. Deve ter sito surpreendente receber a chave do reino e vê-la girar em nossas mãos com tanta facilidade."

Dash odeia o natal. Tudo do natal. Seu conceito, assar biscoitos, ganhar presentes, as multidões, o papai noel e tudo que lhe remeta a luzes que piscam e piscam e não significam nada.  Mas é claro que há um motivo para isso, e sinceramente, é bastante doído. 

"Tenho medo de você ter me superado, pois agora estas palavras não têm para onde ir. É difícil responder a uma pergunta que não foi feita. É difícil mostrar que tentou, a não ser que acabe conseguindo."

Os pais de Dash são separados, e foi no natal dessa separação que Dash iniciou sua jornada solitária, em busca de conforto, paz e quem sabe, amor. A relação do rapaz com seus pais é péssima! E o pior, a culpa é toda do pai, que além de ter traído sua esposa, também é relapso com o filho. 

"— Ainda estamos aqui, caso queira voltar.
— Me disseram que não dá para voltar atrás. Então escolhi seguir em frente."

O menino praticamente teve de se criar. E sim, eu sofri pra caramba por ele... A sorte de Dash são seus amigos. Seu melhor amigo, embora seja muito bobo às vezes, tem um coração enorme e puro! É muita fofura!! 

Acho que o que mais amei nessa história e em Dash, foi o modo como David conseguiu criar um personagem diferente de tudo que eu já li do autor. Pela primeira vez, vi um personagem de Levithan com pensamentos ácidos e sarcásticos. Mas sempre tem aquela inteligência e sensibilidade, capaz de colocar meu coração em pulinhos! kkk. E os quotes?? Quase morri com tanta fofura! Resultado de imagem para coração mini gif

"Quero acreditar que existe alguém por aí só para mim. Quero acreditar que existo para estar aqui para esse alguém. Precisava admitir que isso não era preocupante para mim. O resto parecia tão maior. Mas ainda tinha desejo suficiente por esse conceito para não querer descartá-lo completamente. O que isso queria dizer: não queria contar a Lily que achava que tínhamos sido enganados por Platão e sua ideia de alma gêmea. Só para o caso de ela ser a minha."

Os personagens secundários tem papel crucial nessa história. Adorei a tia da Lily, e os amigos de Dash. Mas tem alguns personagens que francamente... Assim como algumas situações também. Muito constrangedoras...

O que você faz quando encontra um caderninho vermelho no meio das obras de um do seus autores favoritos? Lê é claro! e quando o caderninho te manda fazer um monte de travessuras malucas, o que você faz? Obedece é claro! E é nesse aventura épica, de encontros e desencontros, desabafos, tristeza, alegria, memórias e muito natal, que Dash e Lily encontrarão seus caminhos, de volta para si mesmos; e até quem sabe, um para o outro...

"Queria gostar dela e queria que ela gostasse demim, e isso era mais querer do que sentia com qualquer pessoa em muito tempo. Depende de você, não do destino. Verdade. Mas também dependia de Lily. Essa era a parte mais complicada."

O livro passa metade nisso: caderninho Lily/ caderninho Dash. E até aí, vai tudo bem. Até que... Lily arma a ceninha mais ridícula, que já li na minha vida! Sério, muita vontade de matá-la nessa hora! Bem quando tudo ia se esclarecer, a expectativa da descoberta, do descobrimento... A menina paga o maior vexa da história! Afff, não aguentei. Passei um bom tempo longe do livro a fim de me acalmar... hahaha.

"— Então ele vale uma segunda chance?
— A pergunta mais apta, minha querida, é: você vale?"

Mas depois que Dash e Lily se encontram pela primeira vez, ainda longe do fim, as coisas continuam a acontecer como antes. Acasos, encontros, aventuras e muita, mas muita confusão. Eu esperei que depois do primeiro encontro, as coisas amadurecessem, mudassem de rumo. Mas vem apenas mais do mesmo. O problema não é esse, é que a história ficou corrida, mal desenvolvida em alguns pontos. Ao meu ver, por ter perdido muito tempo com situações esdrúxulas e desnecessárias.

Embora isso não tire mérito da história, tirou sua quinta estrela. Na verdade, se não fosse o Dash, seriam só três mesmo! kkk. Mas a genialidade dele não me permite isso... rsrs. O final é bom. Completa o livro, fecha bem a história, mas fiquei com a sensação de faltar algo. Queria um pouco mais de história, ter certeza que dessa vez estaria tudo resolvido. Mas tive que me contentar com o que os autores nos deram... 

"As pessoas importantes em nossas vidas deixam marcas. Elas podem ficar ou não no plano físico, mas existem para sempre no coração, porque ajudaram a formá-lo. Não dá para esquecer isso.
Meu coração queria indubitavelmente abraçar e/ou ser pisoteado por Dash. Isso era certo. O risco precisaria descobrir sua própria recompensa."

E ainda assim, o livro já é um dos meus favoritos! Vou reler em breve, Dash é meu novo crush literário e a história conseguiu me arrancar suspiros e até umas lagriminhas... kkk

Esse é um livro doce, engraçado e rápido de ler. Um ótimo passatempo, perfeito para ser lido na época natalina, um ótimo companheiro para fins de semana. Super recomendada a leitura para quem busca livros leves, com uma pegada cômica e um tema de fundo bem verdadeiro.  Mas já aviso, a Lily pode irritar! E o Dash é apaixonante...

"Estamos lendo a história de nossas vidas
Como se estivéssemos nela,
Como se a tivéssemos escrito."
Mark Strand

Espero que tenham gostado e me contem o que acharam. Querem ler? Já leram??

Mil beijokas e até breve! 

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Oi, Lu!
      Noooossa! Sério?? Eu não posso ver um livro do Levithan, que eu fico que nem louca! "Me solta que eu querooo ler!" kk.
      É tão ruim assim? kkk.
      Mil beijokas e volte sempre!

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