23 outubro 2015

Lá Vem Resenha (Entre Leituras): O Pássaro & O Teorema Katherine



O PássaroAutor (a): Samanta Holtz

Editora: Novo Século


Páginas: 368


Classificação: 4/5


Sinopse: Uma história romântica e surpreendente que irá prender sua atenção desde a primeira página. Você está preparado? Caroline Mondevieu é filha de um poderoso barão e tem tudo o que uma dama da época poderia querer: status, riqueza e um ótimo partido para se casar. Seus sonhos, no entanto, vão muito além de vestidos caros ou um bom marido; ela quer ser dona do próprio destino. Tudo parece perdido quando ela encontra Bernardo, um charmoso e irritante domador de cavalos. Eles não conseguem se entender até perceberem que, para alcançar o sonho em comum da liberdade, deverão passar por cima das diferenças e se unirem em um arriscado plano que promete transformar suas vidas para sempre. Grandes emoções os aguardam nessa jornada: perseguição, mistérios, ciganos e o despertar de um sentimento que insiste em se manter escondido. Mas o que parece tão simples envolverá mais magia e coincidências que eles podem imaginar, além da descoberta de segredos, até então, muito bem guardados.


Hey amores e amoras! As nossas resenhas estão bem atrasadas. Então resolvi fazer as duas que estou devendo do Clube Entre Leituras de uma só vez. Mas claro, ainda ficará faltando a do mês de setembro, que farei ainda esse mês.


Recado dado, podemos continuar! Já faz um tempinho que li o livro, então minhas lembranças estão meio embaçadas kk. Mas vamos falar sobre O Pássaro. O livro conta a história da rebelde Caroline e seu sonho de ser livre. Ela, filha de um rico barão, não aceita a hipótese de ter de se casar com quem não ama. Na verdade, ela odeia a simples ideia de se casar. Vivendo como se não houvesse nada a temer chega uma hora em que ela percebe que tem apenas duas alternativas: Ou casa, ou foge! 



"Sim, papai, o senhor pode pensar que sabe o que é melhor para mim."

Desde muito pequena Caroline foi uma menina cheia de alegria, sonhos e nenhuma papa na língua. Nunca abaixou a cabeça, ou temeu perguntar e questionar sobre tudo. Até o dia em que seu pai destruiu sua alegria e a fez se calar por tempo suficiente para que ela percebesse que não conseguiria viver calada, submissa, ou muito menos ainda, sendo obediente a ninguém. E é assim, que Caroline resolve ser dona de seu destino.



"Cuide bem da sua história, minha filha. No final das contas, ela é sempre tudo o que nos resta."

Eu gostei muito da personagem principal. Ela se mostrou forte, e mesmo quando chegou a seu ápice não deu uma de princesa na torre. Ela é decidia, forte, inteligente, esperta e muito turrona! Amei o modo como ela ainda era capaz de manter amizades, e fazer inimigos. Ela é uma mulher determinada e que luta pelo que quer. E só para completar a lista, tem um enorme coração sonhador e livre.


Seu pai é um homem terrível, e sinceramente o mundo ficaria melhor sem pessoas como ele. Me matou de raiva a prepotência e ignorância dele. Mas o que me fez odiá-lo do início ao fim, foi sua brutalidade e crueldade. Ele não amava as filhas, a esposa, ou ele mesmo. Ele amava apenas o que possuía. E por isso, tratava a tudo e todos, como sua posse. É um monstro! 



"Gente cheia de ouro explorando aqueles que não possuem nada..."

A mãe de Caroline é a típica personagem que me bota com os nervos à flor da pele, o coração na mão, o sangue fervendo e me faz arrancar os cabelos! Não é possível que uma mulher consiga ver tudo o que marido dela faz e não fazer nada! Sei que no século dezenove ainda tinha dessa submissão, mas não aguento isso! E quando um grande segredo sobre ela e seu passado, destruiu Caroline e seu futuro, eu a odiei também.



"Se reclama hoje – concluiu –, sabe que é uma consequência da sua decisão de ontem."

A irmã de Caroline é uma história a parte. Na verdade não sei exatamente porque ela está no livro, já que é praticamente uma história alternativa. Mas depois do fim do livro, percebi que ela foi a melhor parte da história inteira. Elizabeth sempre foi uma menina comportada e quieta. Nunca fazia pergunta, se portava desde sempre como uma dama. Tinha uma beleza quase quebrável de tão frágil. 



"Desde quando a obediência anula o amor?"

Casou-se por amor, mas sofreu na mão do marido o mesmo que nas do pai. A submissão, a tornou apenas mais um objeto, propriedade de seu marido. E quando Caroline some deixando à todos muito preocupados, e seu marido se nega a levá-la de volta a casa da família,ela resolve mudar sua vida também. O final dessa mulher, mostrou que o único jeito de fazer as pessoas entenderem o quanto você vale, é descobrindo seu valor. E ela descobre o dela! O mais legal, foi ver que no fundo, seu marido a amava também. 



"(...) O amor é a ruína dos homens!"

Paralelo a tudo isso há Gerson. O doce domador de cavalos, com seus dois filhos. Bernardo e William também trabalham para o barão como domadores de cavalos. William é um rapaz doce e compreensivo. Mesmo levando uma vida difícil, está sempre pronto a ajudar. Já Bernardo tem sérios problemas com obediência. Além de um rancor pra lá de compreensivo pelo barão. Mas que ele acaba descontando em todo mundo. 


Caroline e Bernardo se conhecem desde pequenos. Quando em uma de suas explorações pela fazenda de seu pai, Caroline quis saber porque nem todos tinham uma vida boa como a dela. Bernardo, a destratou. E a menina sem entender, foi falar com seu pai. Bom, ela levou uma surra inesquecível. A primeira, por insolência.



"Aquela história, ela sentia, escondia ligações além da sua
compreensão, mas ao alcance fácil da alma. No entanto, tinha medo de tirar o véu que lhe cobria o coração e descobrir algum sentimento que sabia não ser capaz de dominar, depois de solto."

Anos mais tarde eles se reencontram, em uma situação bem parecida. E por não aceitar se casar com seu amigo de infância, Filip, acaba por se envolver em uma rede de mentiras, que a leva a um noivado muito pior. E depois de muito desespero, ela resolve que está na hora de voar. Em seu elaborado plano de fuga, há muitas falhas. Portanto ela necessita de ajuda. E a única pessoa, que odeia viver preso, além dela, é Bernardo.



"De qualquer maneira, sempre haverá um lado ruim – observou, desafiadora.
– Mas também sempre haverá um lado bom."

Diante a uma proposta irresistível, Bernardo ajuda Caroline a fugir no dia de seu casamento. Mas nenhum dos dois contava com o que estava para acontecer. Uma paixão, pode ser a salvação para muitos. Mas também pode ser a destruição de vidas formadas em cima de anos de mentiras bem guardadas. 



"Quando a tristeza cresce dentro da gente, ela precisa sair. Senão, não sobra espaço para a felicidade."

O casal Caroline e Bernardo é muito fofo. Gostei muito do começo deles, gostei do modo como a autora desenvolveu o relacionamento deles, gostei da conexão. Gostei do fato dela lutar para não precisar de ajuda, embora seja estabanada e impulsiva e por isso precise de ajuda sempre! mas quando precisou ele estar por perto. Gostei como ambos cederam ao que sentiam.Mas ODIEI o final dos dois.


"Aí está o mistério. Nunca se soube se ela o encontrou ou faleceu no caminho. Agiu com a imprudência dos apaixonados, entregando-se ao risco da própria morte por uma existência que só teria sentido ao lado de uma pessoa."

A minha parte favorita foram os ciganos. Chamados de malditos, foram a parte mais animada e interessante da história. Além é claro, de terem um papel fundamental na trama. Os personagens secundários tem seu papel bem definido, e alguns conseguiram ser marcantes. Como Filip. Um bom rapaz, com muito amor por Caroline, mas que infelizmente não teve sorte.



"A velhice não me trouxe sabedoria alguma. Quem a trouxe foi a vivência. Poderia ter passado todos os anos da minha vida apenas assistindo ao passar dos dias diante dos meus olhos, mas me recusei a isso. Não devo tudo o que sou aos meus anos de idade, e sim à maneira como decidi vivê-los."

O livro é sim surpreendente. De muitas maneiras. Os segredos que o casarão, o passado da mãe de Caroline, e os ciganos escondem, tem o poder de definir gerações. Libertar e, ou destruir, passados e futuros. Mas no fim, para Caroline e Bernardo, a libertação veio de forma trágica. E isso me decepcionou muito. A história tinha tudo para ser prefeita, mas o final conseguiu estragar tudo. 


"Agora, também homem, figura carregada de todos os motivos que levam as mulheres a odiá-los com a mesma intensidade em que os amam."

De qualquer forma, é uma leitura mais do que indicada! O livre te prende da primeira até a última página. A história surpreende. É cheia de reviravoltas, amores profundos, segredos e busca pela liberdade. 



“Toda escolha, por melhor que lhe pareça, sempre exige que um caminho seja deixado para trás”...




O Teorema Katherine
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 304
Classificação: 3/5
Sinopse: Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.



"(...) Sou um ex. Ex-namorado da
Katherine XIX. Ex-prodígio. Ex-cheio de potencial. Atualmente cheio de merda."

O Teorema Katherine não foi nem de longe o que eu esperava. De todos os livros que li do John Green, esse foi o que o menos gostei. Já havia ouvido comentários negativos à respeito do livro, mas tinha que ler e tirar minhas próprias conclusões. Bom, acho que o John é melhor com finais tristes...

“Em todo lugar o
homem culpa a natureza e o destino, embora seu destino seja nada mais que o ecode seu caráter e suas paixões, seus erros e suas fraquezas.”

O livro conta a história de Colin e suas Katherines. Depois de levar um lindo fora, pela décima nona vez, conta-se décima oitava, já que a Katherine um e a dezenove são a mesma pessoa de uma Katherine, Colin se vê no fundo do poço. O menino prodígio, que não tem nenhum grande feito, está chateado com sua atual realidade. Inconformado com a separação, e sua vida não tão genial, parte em uma aventura com seu melhor amigo nada gênio em busca do seu pedaço perdido.

Colin é um garoto estranho. Um menino que desde pequeno, foi considerado prodígio, que é bem diferente de gênio, e que está cansado de ser somente prodígio. Novamente, John nos retrata a história de um garoto que de alguma forma quer deixar sua marca no mundo. Seria esse um reflexo da vontade do autor? Mas que não sabe como.


"Qual o sentido de estar vivo se você nem ao menos tenta fazer
algo extraordinário? Que estranho acreditar que um Deus lhe deu a vida e, ao mesmo tempo, achar que a vida não espera de você nada mais que ficar vendo TV."

Além disso, sua vida romântica não anda nada bem. Depois de se apaixonar pela décima nona vez por uma Katherine, qual a possibilidade disso? ele leva um fora. Mas dessa vez está mais difícil do que o de costume, de se recuperar. Por isso, ele recebe uma  ajudinha de seu melhor amigo.


"Mas o sentimento que Colin carregava era um
macabro choro ao contrário. Era você menos alguma coisa. Doía como a pior surra que já tomara. E ele já havia tomado muitas."

Colin é o típico sofredor rs. Ele não consegue se recuperar do fora que levou, está cansado de não sair da fase prodígio, e ainda por cima carrega algumas manias bem diferentes. Ele é um garoto doce, e inteligente. Mas é muito introspectivo. Eu gostei dele na maior parte do tempo, mas acho que ele poderia ter sido melhor explorado. 

Hassan, melhor amigo de Colin, é o mais espirituoso da trama. Me arrisco a dizer que ele rouba a cena. Mas como em quase todo young, sempre há aquele momento do melhor amigo dando uma de rebelde e se voltando contra o personagem principal. Eu não suporto isso! Mas, até que a relação dele e do Colin é bem engraçada. 

Os personagens secundários tem lá sua função na história, mas tem muita coisa desnecessária também. Como a história foi inspirada em matemática, atribuo a ela o fato de ser tudo tão complexo e difícil! kk. 


"Naquele instante, o futuro — não controlável por Teorema algum, seja matemático ou não — se descortinou para Colin: infinito, indecifrável e lindo."

Bom, em uma viagem de carro, eles acabam chegando a uma pequenina cidadezinha de interior, e lá conhecem Lindsey. Uma menina bonita, e por vezes muito inteligente, que faz de um tudo, e que ainda por cima namora o garoto que a humilhou quando ela era apenas uma criança. Qual o sentido disso tudo? Nenhum! kk 

Nesse pequeno lugar calmo, na presença de Lindsey, a menina que fala tudo com sotaque e namora um idiota, do seu amigo Hassan, e da mãe de Lindsey, além dos habitantes da cidade que ele vai entrevistar a pedido da mãe de Lindsey, é que ele desenvolve seu teorema. Um teorema super complicado, matematicamente falando, mas que basicamente diz quem vai terminar com quem e quanto tempo vai durar um relacionamento. 


"(...) É possível supor um futuro quando se tem um
entendimento básico de como é provável que as pessoas ajam."

É claro que ele se apaixona por Lindsey. Agora adivinha o nome do namorado dela! Colin!! Ou seja, o Colin prodígio, será o segundo Colin da Lindsey! Gente sério, essa história é muito maluca! kk. Bom, a questão é que rola um sentimento, e ambos acabam descobrindo que são duas pessoas tentando provar aos outros, algo que se tem que provar para si. E que nem sempre, dá para se resolver a vida baseando-se na lógica.


"Mesmo sendo uma história boba, o ato de contá-la gera uma mudança pequenininha na outra pessoa, da mesma forma que viver a história causou uma mudança em mim. Infinitesimal. E essa mudança infinitesimal se propaga em ondas — sempre pequenas, mas duradouras. Eu serei esquecido, mas as histórias ficarão. Então, nós todos somos importantes — talvez menos do que muito, mas sempre mais do que nada."

É uma história hilária. Acho que essa é a melhor definição. Mas como eu costumo dizer, todos os livros do Green tem uma mensagem. Atingem a um público próprio. Ou seja, cada um tem seu livro. A sua mensagem. A mensagem desse, foi bem passada, e pela primeira vez na vida, eu li um final feliz escrito pelo autor. Mas acho que ele leva mais jeito com os tristes! kkk.


"O futuro vai apagar tudo — não existe nenhum nível de fama
ou genialidade que permita a alguém transcender o esquecimento. O futuro infinito torna esse tipo de importância impossível."

Indico para quem é fã do autor, ou quer se descontrair com uma história engraçada, passa tempo. Mas já aviso, que nessa história não há nada de convencional! kk. 

Espero que tenham gostado, e que não deixem de me dar sua opinião!

Mil beijokas e até breve! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário