03 julho 2018

Lá Vem Resenha - Até que a Culpa nos Separe


Autor(a): Liane Moriarty
Editora: Intrínseca
Páginas: 464 
SINOPSE: Amigas de infância, Erika e Clementine não poderiam ser mais diferentes. Erika é obsessivo-compulsiva. Ela e o marido são contadores e não têm filhos. Já a completamente desorganizada Clementine é violoncelista, casada e mãe de duas adoráveis meninas. Certo dia, as duas famílias são inesperadamente convidadas para um churrasco de domingo na casa dos vizinhos de Erika, que são ricos e extravagantes.
Durante o que deveria ser uma tarde comum, com bebidas, comidas e uma animada conversa, um acontecimento assustador vai afetar profundamente a vida de todos, forçando-os a examinar de perto suas escolhas - não daquele dia, mas da vida inteira.
Em Até Que a Culpa Nos Separe, Liane Moriarty mostra como a culpa é capaz de expor as fragilidades que existem mesmo nos relacionamentos estáveis, como as palavras podem ser mais poderosas que as ações e como dificilmente percebemos, antes que seja tarde demais, que nossa vida comum era, na realidade, extraordinária. 



Venho hoje falar um pouco do livro “Até que a culpa nos separe”, da autora Liane Moriarty, também autora de “Big Little Lies”, um mega sucesso adaptado para a TV pela HBO em uma aclamada e super premiada série homônima. 

Esse suspense intrigante me fisgou logo nas primeiras páginas. De fato, pode-se esperar grandes feitos de Liane Moriarty e essa obra não decepciona. Longe de ser um livro leve e relaxante, o livro aborda temáticas fortes do cotidiano comum. Tudo começa em um churrasco na casa de vizinhos, onde um acontecimento terrível está prestes a marcar de forma permanente a vida de três casais. Erika e Oliver, Clementine e Sam e Tiffany e Vid. 

A narrativa intercala-se sob o ponto de vista de cada um dos personagens em uma digressão constante entre passado e presente, no intervalo de algumas semanas. Erika é obsessiva-compulsiva, organizada em todos os aspectos de sua vida, é filha de uma mãe acumuladora, por conta dos problemas psicológicos da mesma, Erika teve uma infância muito triste e negligenciada, é casada com Oliver, um homem bom, trabalhador e compreensivo, os dois são contadores e não têm filhos, apesar das inúmeras tentativas. 

Clementine é a melhor amiga de Erika, contudo, não poderiam ter personalidades mais diferentes. Clementine é violoncelista, casada com Sam, mãe de duas lindas garotinhas e não tem organização como prioridade em sua rotina, sendo este um dos pontos de conflito entre as amigas. 

Tiffany e Vid são vizinhos de Erika e Vid, casal descolado, têm uma filha, Dakota, que se refugia constantemente nos livros, e em uma bela tarde de domingo resolvem fazer um churrasco convidando os vizinhos e o casal Clementine e Sam. 

 Durante a narrativa a autora descreve os defeitos e falhas de cada um dos personagens, tornando-os cruelmente reais e complexos, de forma que prontamente nos identificamos com alguma dessas características. O suspense é crescente sobre o que de fato aconteceu naquela tarde de domingo fatídica, esperamos de fato uma tragédia e o coração na mão em diversos momentos. 


“Mais tarde todos diriam: “Aconteceu tão depressa”. E acontecera rápido mesmo, mas ao mesmo tempo tudo desacelerara, cada segundo ficaram congelados numa imagem em cores vivas e inesquecíveis. Iluminada por luzinhas douradas.” 

E é nesse ritmo instigante que segue a leitura. Experimentamos um misto de emoções no desenvolver do livro, sentimos raiva, em seguida pena e culpa por termos julgado o personagem daquela forma. A autora vai destrinchando toda a personalidade de cada um dos personagens de forma brilhante e nos faz chegar a conclusões sobre o porquê de cada comportamento e trauma. 

Recomendo a leitura para todos aqueles que gostam de um bom suspense. Posso dizer que me surpreende positivamente, é uma ótima leitura que nos leva a refletir sobre vários aspectos de nossas vidas e as escolhas que fazemos.

Beijos e até a próxima! 


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