24 setembro 2014

Resenha: Proibido

Proibido
Autor(a): Tabitha Suzuma

 Páginas: 304

 Editora: Valentina

 Classificação: 3/5

 Sinopse: Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis. Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes. Eles são irmão e irmã. Mas será que o mundo receberá de braços abertos aqueles que ousaram violar um de seus mais arraigados tabus? E você, receberia? Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.

" Você pode fechar os olhos para as coisas que você não quer ver, mas você não pode fechar o seu coração para as coisas que você não quer sentir."

Hey amores e amoras! Estou aqui hoje pra falar de um livro que me assombra a algum tempo. Eu conheci Proibido quando ele ainda nem tinha chegado ao Brasil, mas sempre tive um receio de lê-lo, não pelo seu tema tabu, mas por medo de como seria desenvolvido esse tema. Mas enfim, parei de temê-lo e resolvi ler.

Em que ponto você decide que é o bastante?"

A primeira coisa que eu devo dizer a respeito do livro é: Eu esperava mais! Na verdade, eu esperava muito mais, mas não me arrependo de ter lido, e nem deixaria de lê-lo se pudesse voltar atrás. Só acho que criei expectativas demais, e não consegui ,não, me frustrar com algumas coisas...

"Mas eu gosto da sensação de isto estar por perto: um lembrete de que os tempos mais felizes não eram simplesmente uma invenção da minha imaginação."

Esse livro trata sim de incesto, mas eu não acho que esse seja o tema central da trama. Na verdade, ele trás muito mais de problemas familiares, abandono, e depressão do que de incesto. Sim,tem vários momentos onde o romance vem com peso. Mas ainda assim não é exatamente sobre isso que o livro trata.

A história é super forte, não tem como não se comover com a dor desses dois. Confesso que minha empatia foi imediata e maior pelo Lochie, mas não deixei de gostar da Maia também. Eles formam um casal tão, fofo e ao mesmo tempo tão sério, que eu não os via mais como adolescentes, mais como os adultos que se mostravam. Eles foram feitos um para o outro.

E aí vem a pergunta: Como podem ser feitos um para o outro? Eles são irmãos! Gente, a primeira coisa sobre isso, se não mantiver  a cabeça aberta não leia esse livro! Eu não conseguia vê-los só como irmãos, eles sempre foram muito mais do que isso, eles se apoiaram desde quando eram pequenos demais para entender a dimensão do que vivam. E isso sempre foi uma forma de amor. Que cresceu ao longo do tempo, e quando não coube mais no peito, transbordou...

Eles foram completamente abandonados logo cedo, e por conta disso Maia e Lochan, ou Lochie, tiveram que se virar para dar uma ordem na casa, e na família. Ao todo são cinco irmãos. Dois pequenos, e um pré adolescente confuso. E só a Maia e o Lochie pra dar conta de tudo. A injustiça já começa daí.

A mãe deles é simplesmente, por favor me perdoem pela expressão, uma vadia! Eu não consegui conter minha raiva por ela nenhum segundo da leitura! Ela é com certeza a personagem que eu mais odiei, e provavelmente irei odiar, na vida! Ela é alcoólatra e tem um complexo ridículo de idade. Ela não quer envelhecer, ou amadurecer. Ela quer ser simplesmente uma adolescente livre, sem compromissos, com direito de errar quantas vezes quiser, e destruir não só a sua própria vida, mas também a de todos ao seu redor. Eu não engoli isso.

De todos os personagens, o que mais me comoveu foi a doce Willa, em todos os momentos em que ela aparecia, ou ela trazia doçura ao amargor constante, ou trazia uma lição. Ela é uma fofura! O Tiffin o menino travesso! Ele é uma criança, as vezes um pouco irritante, as vezes a fofura em gente, um menino cheio de vida, de graça e talento. E por fim temos o Kit, meus sentimentos serão sempre ambíguos com relação a ele. Não conseguirei perdoá-lo nunca! Mas sempre me encontro em lágrimas quando penso nele. Eu sei, não faz sentido. Ele é um pré adolescente confuso, cheio de mágoa, mas que quando colocado contra a parede, parece um adulto cheio de sabedoria... Quem dera fosse sempre assim!

Me irritei muito com ele no decorrer da história, mas no final eu realmente senti muita pena e vontade de ajudá-lo. Mas essa vontade de intervir vem desde o início da história. Da vontade de entrar no livro, tomar a guarda deles e dar um novo rumo a essas pessoas tão cheias de vida e talento, mas tão fortemente e injustamente castigadas pela vida.


Lochan é um menino prodígio com sérios problemas. Eu não sei bem se o que ele tem é depressão, mas é o que parece. Ele sempre esteve precisando de ajuda, mas nunca recebia atenção de ninguém. Toda a culpa de tudo que havia acontecido na família era ele quem carregava. Sendo sempre injustiçado, humilhado, magoado, e desprezado. E ainda assim, era o que mais se preocupava em fazer tudo dar certo. Também por quem eu mais torci... Queria que tudo ficasse bem para ele.

"Eu continuo acariciando os lençóis, num movimento rítmico que me acalma e me faz lembrar que, mesmo destruído por dentro, as coisas continuam do mesmo jeito, sólidas e reais, trazendo-me a esperança de que talvez um dia eu também vou me sentir real novamente."

Eu não consegui lidar com o tanto de rasteiras que o Lochan recebe, e o modo como ele sempre se machucava, ou sofria em silêncio e nunca era visto! A única pessoa a apoiá-lo era a Maia. Eu ainda não consegui aceitar tudo que ele sofreu!

A Maia, é uma menina brilhante. Forte e decidida, era sempre uma pilastra de força quando o Lochan parecia querer desintegrar-se diante aos seus olhos. Mas em alguns momentos, eu senti falta de uma maior expressão de sentimentos da parte dela. 

Os pontos fortes do livro estão voltados a escrita da autora. Que nos coloca dentro da vida deles de uma forma tão real, que em certos momentos, eu me desesperei, chorei, e me perdi momentaneamente. A intensidade dos acontecimentos e devastadora. Tiveram algumas cenas em que eu realmente me perguntei se seria capaz, ou se queria, ir até o fim.

O livro é forte, intenso, e bonito. Mas eu não consegui amá-lo! Tinha tudo para isso acontecer, mas senti falta de profundidade. O livro é intenso sim, mas não houve um aprofundamento na relação deles. Não sei, eu esperei que houvesse mais luta, mais tentativas para tudo dar certo. No fundo acho que só, não me conformei ainda.

“Não há leis nem limites para os sentimentos. Nós podemos amar um ao outro tanto e tão profundamente quanto queremos."

Do fim eu nem sei o que dizer. Só que, quem tem problema de coração, ou costuma ter um ataque de nervos como eu, preparem-se, é devastador! 

Por fim, eu acho que a mensagem principal do livro, é que independente da situação, o que vale é o amor verdadeiro! Pode parecer clichê, mas o amor é um sentimento único, que não dá para julgar quando é real. Quem ama, ama a alguém. A pessoa não ama pensando em quem vai amar, dando definições, ela simplesmente ama. E isso é muito mais valioso, do que qualquer laço de sangue, ou do que mais for. 

Nós estamos sendo punidos pelo mundo por apenas uma razão simples: por termos sido produzidos pela mesma mulher.

A escrita da Tabitha é dolorosa, intensa, forte e surpreendente. Esse é um livro que não é para ser só lido. Ele tem que ser avaliado, pensado, e refletido. É uma obra linda, mas muito marcante. É algo que não se esquece, que te devasta, e que te muda. Indico a todos! Mas peço que leiam de cabeça e coração aberto, sem medo, mas também sem julgamentos, porque quem consegue fazer isso, se espanta com a bonita mensagem que ele vem trazer...

Enquanto uma pessoa não está forçando a outra, então eu acho que qualquer amor é permitido."

Para Ler Ouvindo: 

Ray LaMontagne - Without Words



Demi Lovato - Two Pieces




É isso aí amores, espero que tenham gostado e que não deixem de comentar! 

Bjokas e até a próxima...

2 comentários:

  1. Meu Deus!!! Eu já estava há tempos querendo ler este livro mas, depois de sua resenha, PRECISO ler ele! Agora, de preferência!! Menina, sério, amei teu blog, teus textos, tudo! Tô ansiosa demais por essa leitura, mesmo sabendo que trata-se de uma daquelas que despedaça o peito! Acho que sou masoquista literária: quanto mais drama, mais eu adoro! Parabéns de novo, virei fã do teu blog! Beijinhos

    http://resenhanasnuvens.blogspot.com/

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  2. Oi Katryne! Esse livro meche muito com o íntimo do leitor! E estou TÃO contente que você tenha gostado da resenha e tenha resolvido ler o livro! Ele vale super a pena, e espero que você tenha uma leitura tão emocionante quanto a minha! Eu também me considero masoquista literária! kkkk (Aliás, amei o termo! haha) Mas esse tipo de leitura é aquela que muda de alguma forma nossa vida né? Por isso elas nos fisgam tanto! kk.

    P.S: Eu estou MUITO, MUITO, MUITO, feliz que você tenha gostado do blog! É super importante para mim o carinho de vocês leitores. E se posso dizer, já te adorei também Katryne! Mil beijos linda, e volte sempre, porque você já virou convidada de honra da casa! kk
    Mil beijos linda!

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